O extrato de Pinus pinaster é obtido da casca do pinheiro-marítimo francês e é rico em compostos antioxidantes, incluindo proantocianidinas, catequinas e ácidos fenólicos. Esses componentes bioativos conferem ao extrato uma potente ação antioxidante e anti-inflamatória, contribuindo para diversos benefícios à saúde. A seguir, exploramos de forma clara e embasada cientificamente os principais efeitos do extrato de Pinus pinaster em diferentes aspectos da saúde humana, desde o coração e circulação até as articulações, metabolismo, pele e olhos.
O extrato de Pinus pinaster tem sido amplamente estudado por seus efeitos benéficos no sistema cardiovascular. Pesquisas indicam que ele pode melhorar a circulação sanguínea e a saúde dos vasos, auxiliando na vasodilatação (relaxamento das artérias) e na redução da pressão arterial em pessoas com hipertensão leve (Hosseini et al., 2001; Nishioka et al., 2007). Em um estudo clínico, por exemplo, pacientes hipertensos que consumiram o extrato apresentaram melhora na função endotelial, ou seja, no revestimento interno dos vasos, o que levou a artérias mais relaxadas e pressão arterial mais baixa em comparação ao placebo (Nishioka et al., 2007). Além disso, o extrato parece reduzir a agregação plaquetária, diminuindo a propensão à formação de coágulos sanguíneos, e reforçar as paredes capilares, tornando-os mais resistentes a danos. Esses efeitos combinados contribuem para uma melhor circulação mesmo sob condições de estresse e ajudam a prevenir problemas circulatórios mais graves, como tromboses e complicações cardiovasculares (Hosseini et al., 2001).
Os compostos do Pinus pinaster também demonstram benefícios importantes para as articulações, especialmente em condições inflamatórias como a osteoartrite. O extrato possui ação anti-inflamatória, inibindo mediadores que causam inflamação nas articulações. Estudos clínicos com pacientes osteoartríticos reportam redução da dor e da rigidez nas articulações após algumas semanas de suplementação com Pinus pinaster, em comparação ao placebo (Farid et al., 2007; Cisar et al., 2008). Nessas pesquisas, indivíduos com osteoartrite de joelho que utilizaram o extrato apresentaram melhora da função física, caminhando melhor e retomando atividades diárias com mais facilidade, e reduziram a necessidade de anti-inflamatórios convencionais para controle da dor (Farid et al., 2007). Os mecanismos por trás desses benefícios incluem a modulação do “interruptor” inflamatório NF-κB e a diminuição da produção de enzimas destrutivas como as metaloproteinases (MMPs), que degradam o colágeno da cartilagem articular (Cisar et al., 2008). Em resumo, ao combater a inflamação e proteger a cartilagem, o Pinus pinaster pode contribuir para articulações mais saudáveis e com menos desconforto em casos de artrite.
Outra área promissora de atuação do extrato de Pinus pinaster é na saúde metabólica, sobretudo no contexto do diabetes tipo 2 e da síndrome metabólica. Pesquisas sugerem que o extrato pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue. Em um estudo clínico controlado, pacientes com diabetes tipo 2 que adicionaram Pinus pinaster ao tratamento padrão apresentaram reduções significativas da glicemia em jejum em comparação ao grupo placebo (Liu et al., 2004). Houve também uma diminuição nos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) no primeiro mês de uso, indicando melhora no controle glicêmico (Liu et al., 2004). Além do efeito antihiperclêmico, o extrato demonstrou melhorar fatores de risco associados ao diabetes: por exemplo, estudos relatam redução do colesterol LDL (o colesterol “ruim”) e leves melhorias na pressão arterial entre diabéticos suplementados com Pinus pinaster (Zibadi et al., 2008). Esses resultados são importantes, pois o controle do colesterol e da pressão, juntamente da glicemia, contribui para diminuir o risco de complicações cardiovasculares comuns em diabéticos. Portanto, o extrato de Pinus pinaster mostra um potencial adjuvante no manejo do diabetes e na proteção metabólica, sempre aliado aos tratamentos convencionais e orientações médicas.
Os benefícios do Pinus pinaster se estendem à área dermatológica, proporcionando efeitos anti-idade e de melhora geral da saúde da pele. Devido à sua forte ação antioxidante, o extrato ajuda a neutralizar radicais livres que causam envelhecimento cutâneo e danos induzidos pela radiação ultravioleta. Estudos clínicos revelam que o uso oral do extrato pode melhorar a elasticidade e hidratação da pele, reduzindo assim o aparecimento de rugas e linhas finas (Marini et al., 2012). Em um desses estudos, mulheres que tomaram Pinus pinaster apresentaram aumento na produção de colágeno e ácido hialurônico na pele, substâncias essenciais para manter a firmeza e a retenção de umidade, o que resultou em pele visivelmente mais elástica e bem hidratada (Marini et al., 2012).
Além de atuar contra rugas, o extrato também contribui para uniformizar o tom da pele e proteger contra danos solares. Pesquisas indicam que o Pinus pinaster ajuda a reduzir hiperpigmentações e manchas escuras, promovendo um tom de pele mais homogêneo (Grether-Beck et al., 2016). Sua capacidade de combater a inflamação e o estresse oxidativo induzidos pelos raios UV se traduz em menor vermelhidão e descamação após exposição solar, ou seja, uma espécie de fotoproteção interna. Dessa forma, o extrato auxilia na prevenção do fotoenvelhecimento (envelhecimento precoce da pele causado pelo sol) quando usado como suplemento contínuo (Grether-Beck et al., 2016). Outro benefício observado é a melhora na cicatrização e na qualidade das cicatrizes: ao proteger as fibras de colágeno da degradação e estimular a síntese de colágeno novo, o Pinus pinaster favorece uma recuperação cutânea mais eficaz e cicatrizes menos evidentes. Em suma, seja para manter a aparência jovem, reduzir manchas de melasma ou proteger a pele dos danos diários, o extrato demonstra um conjunto único de propriedades dermatológicas benéficas, respaldadas por estudos científicos.
Por fim, o Pinus pinaster mostra efeitos positivos na saúde dos olhos, especialmente na proteção da retina e dos vasos oculares. A retina, tecido sensível à luz no fundo do olho, é rica em minúsculos capilares que podem ser afetados por problemas circulatórios, como ocorre na retinopatia diabética (uma complicação do diabetes que prejudica a visão). Estudos clínicos sugerem que o extrato de Pinus pinaster fortalece os capilares da retina e melhora a microcirculação ocular, ajudando a preservar uma visão saudável (Spadea & Balestrazzi, 2001; Steigerwalt et al., 2009). Em uma pesquisa com pacientes diabéticos nos estágios iniciais da retinopatia, aqueles que receberam o suplemento apresentaram menor progressão da doença em comparação aos não tratados, com redução de edemas (acúmulo de fluidos) na retina e até melhora da acuidade visual em alguns casos (Steigerwalt et al., 2009). Esses achados indicam que o Pinus pinaster pode proteger os olhos dos danos causados pelo diabetes, possivelmente por aumentar a resistência dos vasos sanguíneos e evitar vazamentos de sangue e líquido que levam à degeneração da retina (Spadea & Balestrazzi, 2001). Ademais, graças à sua atividade antioxidante, o extrato ajuda a neutralizar radicais livres na região ocular – importante, pois o olho está constantemente exposto à luz (radiação UV) e ao estresse oxidativo. Assim, a suplementação com Pinus pinaster desponta como um coadjuvante promissor para manter a saúde ocular e prevenir perdas visuais associadas a problemas circulatórios nos olhos.
Cisar, P., R. Jany, I. Waczulikova et al. 2008. “Effect of pine bark extract (Pycnogenol) on symptoms of knee osteoarthritis.” Phytotherapy Research 22: 1087–92.
Farid, R., Z. Mirfeizi, Z. Mirheidari et al. 2007. “Pycnogenol supplementation reduces pain and stiffness and improves physical function in adults with knee osteoarthritis.” Nutrition Research 27: 692–697.
Grether-Beck, S., A. Marini, T. Jaenicke et al. 2016. “French maritime pine bark extract (Pycnogenol) effects on human skin: Clinical and molecular evidence.” Skin Pharmacology and Physiology 29: 13–17.
Hosseini, S., J. Lee, R. T. Sepulveda et al. 2001. “A randomized, double-blind, placebo-controlled, prospective, 16-week crossover study to determine the role of Pycnogenol in modifying blood pressure in mildly hypertensive patients.” Nutrition Research 21: 1251–60.
Liu, X., J. Wei, F. Tan et al. 2004. “Antidiabetic effect of Pycnogenol French maritime pine bark extract in patients with diabetes type II.” Life Sciences 75: 2505–13.
Marini, A., S. Grether-Beck, T. Jaenicke et al. 2012. “Pycnogenol effects on skin elasticity and hydration coincide with increased gene expressions of collagen type I and hyaluronic acid synthase in women.” Skin Pharmacology and Physiology 25: 86–92.
Nishioka, K., T. Hidaka, S. Nakamura et al. 2007. “Pycnogenol, French maritime pine bark extract, augments endothelium-dependent vasodilation in humans.” Hypertension Research 30: 775–80.
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Zibadi, S., P. J. Rohdewald, D. Park et al. 2008. “Reduction of cardiovascular risk factors in subjects with type 2 diabetes by Pycnogenol supplementation.” Nutrition Research 28: 315–20.